Fazia tanto tempo que não assistia um filme, de qualquer género, embora seja apaixonada por uma boa historia cinematografica, tenho usado deste meio muito pouco. E passei a mudar meus interesses de roteiros, mais reais e próximos da minha realidade, ainda mais documentários que narram fatos que aconteceram de fato. Ontem, assisti o filme que há muito tempo gostaria de ter assistido que é ULTIMA PARADA 174, que é baseado em fatos reais, feito com base em pesquisas, e pelo documentário de José Padilha, a ficção/com/realidade foi adaptado pelo Bruno Barreto. Eu tinha 11 anos quando aconteceu esse episódio mas, lembro de meu olhar atento à cobertura televisiva, e lembro ainda da minha critica manipulada pelo sensacionalismo e pela situação terrível em que havia se criado na vida de Sandro do Nascimento. Como faz tanta diferença saber a verdade por trás dos fatos, como é importante saber as bases que formam a vida de um ser humano. Eu o via como um marginal, drogado, um monstro que não merecia estar entre nós. Mas, como eu posso comparar a minha vida com a vida de alguém que não tem vida perante a sociedade? Como posso tentar comparar um ser que foi desde sempre excluído da sociedade ? Como posso julgar uma pessoa que viveu num cenário de pobreza, mas que aos 6 anos vivia bem e feliz com o que tinha e perdeu completamente todo o sentido, a única pessoa que com amor acima de tudo teria como inserir uma vida digna com muito suor e trabalho, e amor. Amor sim, amor de mãe, que é o único amor real e constante mais perto de todos os conceitos da palavra amor, porque é um amor solido, permanente. Não estou fazendo discurso poético, e sim falando uma verdade. Uma criança que perde a mãe brutalmente assassinada por alguém que ele se tornaria igual anos depois, o que mais essa criança pode esperar para o futuro ? A sociedade, tem obrigação por dever e o mesmo, por direito, mas um órgão publico não funciona como o órgão que pulsa em nosso peito, como o órgão de uma pessoa que lhe trouxe a vida e te amará para sempre. Não estou dizendo que o governo não tem que cumprir seus deveres, pelo contrario é nesta questão que eu quero chegar.Não é necessário uma mãe, um pai, deixar de existir para dar apoio as crianças, as vidas, a todas sem exceção , temos que trazer sucesso, dignidade, estrutura de vida, e não torná-las vítimas do mundo. É um absurdo, não encontro nem palavras para falar de pessoas que pagamos para trazer paz, segurança à todos nós, matarem crianças, jovens, adultos moradores de rua para fazer uma limpeza arquitetal na cidade. Que pessoas são essas ? Não sei quem é a maior vitima o Sandro que foi assassinado naquela viatura depois do incidente ou se os fardados e instruídos que estavam ali e o mataram. Chega ser irracional. Chega ser patético. Não podemos julgar pois, o que fazemos sempre é criar os próprios inimigos que depois se voltarão contra nós mesmos. Não só os muitos Sandro's, as vitimas da Chacina da Candelária, os policiais corruptos e agressivos, os políticos que escondem nosso dinheiro na cueca e acenam como REIS para nossas pupilas. Eu destaquei um trecho de um relato do autor do filme:
Entretanto, o documentário de Padilha nos mostra a história por trás do menino de rua e com isso consegue universalizar seu drama. Morte da mãe, morte dos amigos, maus tratos, carinho de uma mãe adotiva, vício; Sandro teve uma vida que o levou até aquele dia. O filme não busca justificar seu ato, mas mostrar que a diferença de oportunidades – principalmente a omissão - leva as pessoas a destinos diferentes. Taxado por muitos de esquerdista (defensor de delinquente) na época de lançamento do documentário, Padilha se viu pouco depois em situação oposta; por “Tropa de Elite” foi considerado fascista. Isso demonstra a dificuldade que a população tem de enxergar os fatos por outro ponto de vista que não seja o seu - aquele treinado a realizar julgamentos por pactos sociais, não por experiências éticas. Bruno Barreto.
Uma de suas vitimas cujo não sei o nome, era uma mulher em uma tarde em um ónibus onde seu destino se cruzou com o de Sandro, sobre a ameaça de uma pistola ela olhou para Sandro e disse: Você é a maior vitima nisso tudo.
POR:ANA PAULA RIBEIRO.
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