sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ultima Parada 174.

Fazia tanto tempo que não assistia um filme, de qualquer género, embora seja apaixonada por uma boa historia cinematografica, tenho usado deste meio muito pouco. E passei a mudar meus interesses de roteiros, mais reais e próximos da minha realidade, ainda mais documentários que narram fatos que aconteceram de fato. Ontem, assisti o filme que há muito tempo gostaria de ter assistido que é ULTIMA PARADA 174, que é baseado em fatos reais, feito com base em pesquisas, e pelo documentário de José Padilha, a ficção/com/realidade foi adaptado pelo Bruno Barreto. Eu tinha 11 anos quando aconteceu esse episódio mas, lembro de meu olhar atento à cobertura televisiva, e lembro ainda da minha critica manipulada pelo sensacionalismo e pela situação terrível em que havia se criado na vida de Sandro do Nascimento. Como faz tanta diferença saber a verdade por trás dos fatos, como é importante saber as bases que formam a vida de um ser humano. Eu o via como um marginal, drogado, um monstro que não merecia estar entre nós. Mas, como eu posso comparar a minha vida com a vida de alguém que não tem vida perante a sociedade? Como posso tentar comparar um ser que foi desde sempre excluído da sociedade ? Como posso julgar uma pessoa que viveu num cenário de pobreza, mas que aos 6 anos vivia bem e feliz com o que tinha e perdeu completamente todo o sentido, a única pessoa que com amor acima de tudo teria como inserir uma vida digna com muito suor e trabalho, e amor. Amor sim, amor de mãe, que é o único amor real e constante mais perto de todos os conceitos da palavra amor, porque é um amor solido, permanente. Não estou fazendo discurso poético, e sim falando uma verdade. Uma criança que perde a mãe brutalmente assassinada por alguém que ele se tornaria igual anos depois, o que mais essa criança pode esperar para o futuro ? A sociedade, tem obrigação por dever e o mesmo, por direito, mas um órgão publico não funciona como o órgão que pulsa em nosso peito, como o órgão de uma pessoa que lhe trouxe a vida e te amará para sempre. Não estou dizendo que o governo não tem que cumprir seus deveres, pelo contrario é nesta questão que eu quero chegar.Não é necessário uma mãe, um pai, deixar de existir para dar apoio as crianças, as vidas, a todas sem exceção , temos que trazer sucesso, dignidade, estrutura de vida, e não torná-las vítimas do mundo. É um absurdo, não encontro nem palavras para falar de pessoas que pagamos para trazer paz, segurança à todos nós, matarem crianças, jovens, adultos moradores de rua para fazer uma limpeza arquitetal na cidade. Que pessoas são essas ? Não sei quem é a maior vitima o Sandro que foi assassinado naquela viatura depois do incidente ou se os fardados e instruídos que estavam ali e o mataram. Chega ser irracional. Chega ser patético. Não podemos julgar pois, o que fazemos sempre é criar os próprios inimigos que depois se voltarão contra nós mesmos. Não só os muitos Sandro's, as vitimas da Chacina da Candelária, os policiais corruptos e agressivos, os políticos que escondem nosso dinheiro na cueca e acenam como REIS para nossas pupilas. Eu destaquei um trecho de um relato do autor do filme:

Entretanto, o documentário de Padilha nos mostra a história por trás do menino de rua e com isso consegue universalizar seu drama. Morte da mãe, morte dos amigos, maus tratos, carinho de uma mãe adotiva, vício; Sandro teve uma vida que o levou até aquele dia. O filme não busca justificar seu ato, mas mostrar que a diferença de oportunidades – principalmente a omissão - leva as pessoas a destinos diferentes. Taxado por muitos de esquerdista (defensor de delinquente) na época de lançamento do documentário, Padilha se viu pouco depois em situação oposta; por “Tropa de Elite” foi considerado fascista. Isso demonstra a dificuldade que a população tem de enxergar os fatos por outro ponto de vista que não seja o seu - aquele treinado a realizar julgamentos por pactos sociais, não por experiências éticas. Bruno Barreto.

Uma de suas vitimas cujo não sei o nome, era uma mulher em uma tarde em um ónibus onde seu destino se cruzou com o de Sandro, sobre a ameaça de uma pistola ela olhou para Sandro e disse: Você é a maior vitima nisso tudo.

POR:ANA PAULA RIBEIRO.

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